domingo, 22 de fevereiro de 2009

Somos todos conservadores

Todo o mundo é conservador. Por exemplo, entre no site de anúncios do Craigslist e dê uma olhada nos anúncios de pessoas que querem dividir apartamentos. A maioria vai dizer explicitamente que procura pessoas que trabalhem, que não usem drogas, que sejam ordeiras e que paguem o aluguel em dia.

Todo pai é conservador, com bem observa P. J. O'Rourke. Ninguém quer um filho vagabundo, que não estuda nem trabalha e vive na gandaia, ou uma filha que passa a vida de pernas abertas para a rapaziada.

Ninguém quer viver num bairro pobre ao lado de maloqueiros, ponto de travestis ou imigrantes de algum longínquo país miserável com costumes estranhos. Poxa, até o George Steiner, intelectual esquerdista de marca maior, assumiu isso no outro dia: "do lado de jamaicanos barulhentos tocando reggae todo dia, eu não moro de jeito nenhum". E ele está certo. Reggae, não dá.

A verdade é simples, na vida diária somos todos um bando de direitões reacionários.

O que explica então o sucesso fenomenal da esquerda? Acho que é o fator NIMBY - Not in My Back Yard. Ou seja, o fato de que a grande mudança esquerdista é sempre feita com o dinheiro, a paciência ou (n)o quintal dos outros.

O lema da esquerda é como aquele episódio dos Simpsons, em que Homer se elegia com a campanha "Can't someone else do it?". São sempre os outros. A esquerda foge da responsabilidade individual como o Diabo da cruz.

O esquerdista quer uma sociedade mais igualitária com saúde grátis pra todo mundo - desde que seja outro que pague, e desde que ele não tenha que esperar meses para ser atendido.

O esquerdista quer a liberação das drogas - desde que seu filho não seja um viciado e desde que os custos pela saúde que ele quer pública não subam astronomicamente em conseqüência.

O esquerdista quer liberação de costumes - desde que seu filho não seja gay nem sua filha uma puta nem sua mulher uma devassa.

O esquerdista elogia o sistema de Cuba e Venezuela - desde que sejam outros os que morem naquele paraíso de igualdade onde falta até papel higiênico.

O esquerdista quer mais minorias e mais multiculturalismo - desde que eles morem em outro bairro e não venham fazer macumba ou barulho do lado da sua casa.

O esquerdista quer mais direitos para os criminosos - desde que não seja ele o assaltado ou estuprado pelas pobres "vítimas do sistema".

O esquerdista quer "liberdade de expressão" - desde que seja para as suas idéias, mas não se importa se as opiniões contrárias à sua são censuradas, aliás prefere que o sejam.

O esquerdista, em resumo, é um delinquente hipócrita filho da mãe que não deveria ser admitido no convívio com seres civilizados. Até tocadores de reggae jamaicanos são mais toleráveis.


P.S. Gostaria de consertar um possivel mal-entendido, nao ha preconceito algum meu contra as putas, ou mesmo contra as garotas faceis, muito antes pelo contrario. O post foi escrito como se fosse do ponto de vista de um pai durao, mas nao tenho filhas, e do ponto de vista de um solteiro esta' tudo muito bem e muito bom. ;-) Ai e' que esta: o ponto de vista do conservador e' o do pai, o ponto de vista do liberal e' o do filho/a adolescente. Isso em tudo. Mais nos comentarios.

9 comentários:

Cláudio disse...

Leia "Do As I Say (Not As I Do)" e delicie-se.

http://www.amazon.com/Do-As-Say-Not-Hypocrisy/dp/0767919025/ref=pd_bbs_1?ie=UTF8&s=books&qid=1235338453&sr=8-1

Anônimo disse...

Você acha Reggae ruim? Cara, perto do Funk carioca Reggae é Bach.

Mr X disse...

Bem, isso é verdade. Não sou muito fã de reggae, mas acho que a escala é:

Reggae > Rap > Pagode > Axé Music > Funk carioca

Anônimo disse...

Mr. X, esse post descreve a mais pura verdade.

Ah, e perto do funk carioca, aquelas antigas musicas da Gretchen são obras ultra sofisticadas, coisa de intelectual mesmo.

Nei

Stefano di Pastena disse...

Isto é o que mais me angustia aqui no Esgotão, caro Mister...saber o quanto seria fácil destruir Lulla e o PT e constatar que não há uma única pessoa de vulto - político, artista, jornalista - disposta a encarar a tarefa. O brasileiro (ainda que ignorante, servil e indolente) é essencialmente conservador; falta uma mísera liderança com um mínimo de coragem e inteligência que consiga fazê-lo entender o que o Angelo da Cia. resumiu, certa vez, bem didaticamente: "Você é contra o aborto? O PT é a favor; Você é a favor da prisão perpétua? O PT é contra; Você é a favor da redução da maioridade penal? O PT é contra; PT, o Partido Contra Você". E por aí vai. Aposto que a MPB (Manada Popular Brasileira) daria umas mugidinhas.

Anônimo disse...

Defina "puta".

Mr X disse...

"putas"?

Gostaria de consertar um possivel mal-entendido, nao ha preconceito algum meu contra as putas, ou mesmo contra as garotas faceis, muito antes pelo contrario. O post foi escrito como se fosse do ponto de vista de um pai durao.

Mas puta e' uma mulher que cobra pelo sexo in cash. (as outras cobram de outros jeitos, hihihi. Just kidding).

Anônimo disse...

Absolutaente correto, nenhum pai liberal-esquerdista-revolucionario quer ver sua filha dando para a rapaziada, "di-grátis" ou cobrando em dólares, não interessa.
O pai esquerdista é um preguiçoso, um relapso com a educação do filho(a), mas no fundo deseja sucesso para a prole, só sendo maluco para não desejar. Aí entra o "wishfull thinking", o me-engana-que eu-gosto, como um amigo meu, que dizia que o terceiro filho é baratinho porque come os restos de comida que caem no chão durante as refeições dos 2 primeiros (era de gozação).
O problema com as putas é que elas podem ser ótimas, nas familias dos outros. Dizem que dão excelentes esposas, mas não pretendo nunca verificar a verdade.Passou um filme cubao onde uma patriota era responsável por "aliviar" a soldadesca, mas o sasrgento se apaixona pela gostosa.....alguem sabe como terminou a história?

Anônimo disse...

E o filhão que "pega a mulherada". O pai "durão" também fica preocupado?

Haja machismo. Santo deus!

Tem mais é que dar (afinal, é dela), sexo é bom e pronto.